quinta-feira, 29 de março de 2007

O que pode ser uma troca?

Parece que, escolha é algo fácil de tomar.

Pode vir da cabeça, pode surgir do sentido ou de sinais vivos, coisas de momento.

Como optar por um texto?

Como saber se uma montagem se sustentará com o tempo após a idéia inicial?

Vale mais dizer o que sua cabeça acredita que é fundamental ou mostrar ao público a questão que sua intuição sentiu crucial?

Não é o que importa para mim que é fundamental, mas o que vejo gritando na sociedade desde tempos atrás e que, apresentado ao público até mesmo em um pequeno experimento, faz os olhos se fixarem para uma imagem real e o coração espectador gritar ao presenciar um grito que o ator preferiu calar.

Funciona?

Funcionou. Isso é o que vale.

Se eu precisar dizer como Brecht, Antonin Artaud ou titio Stanislavski, direi. Se eu precisar juntar todos e alguns outros ou até mesmo meus métodos e métodos de meus atores, usarei.

O que vale é o resultado. Funcionou? Ok.

Quem avalia a qualidade de meu espetáculo?

Será algum profissional da área que estará visualizando a sua montagem na minha ou será o espectador que se entregou à cena e captou os símbolos e sensações que optamos em mostrar?

Qualquer opinião é válida para uma construção, mas opiniões que construam, ergam uma idéia que não é sua, mas do grupo.

Qualquer crítica é válida, mas respeitem o momento em que o artista vive.

Todos presenteiam com o que tem de melhor para presentear, ninguém escolhe apresentar lixo.

Todos buscam a perfeição ou verdade dentro do limite, gosto ou condição.

Assim, ficamos no aguardo das críticas e sugestões, mas não venham me dizer o que vocês fariam, ajude o artista a fazer o que ele quer, pois foi ele que sentiu a inspiração primária.

Isso vai para os críticos e estudiosos.

Para o público, atento-me a escutar ou sentir o calor ou as reações momentâneas que só o teatro pode realizar em suas apresentações que são sempre únicas.

Volto a me perguntar se funciona. Acho que sim.

E a idéia inicial, onde fica? Não sei.

Sinto que sempre precisamos mudar quando percebemos antes.

Trocar o intelecto e pontos de vistas pessoais por sentimentos e sensações que funcionaram do ator para o público que é o espelho da sociedade que vivemos agora.

Assim rola.

Assim é troca.

Assim é teatro.

É uma troca. (Alex Houf)

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